Mini-invasão significa procurar sempre a forma menos agressiva, com menos dor e melhor recuperação para tratar cada caso. Esse tem sido o meu mote.
CONCEITO
A cirurgia constitui uma agressão com o objetivo de tratar.
Quando se tem por tratamento a remoção de um órgão (por exemplo), a incisão para o abordar e retirar do corpo é um acrescento que não traz benefício para o objetivo da intervenção. Pelo contrário pode ter como consequência um acréscimo de dor, dificuldade em recuperar, infeção ou hérnia.
Por outro lado, em doentes críticos o trauma de uma operação pode ser insuportável e até condicionar a morte.
A mini-invasão engloba múltiplas estratégias onde se focaliza no objetivo terapêutico minorando todo o dano colateral:
- Na hemorragia, tapar o orifício no vaso sanguíneo
- No abcesso, drenar o pus com um tubo pela pele
- Na reconstrução ou remoção de órgão, pequenas incisões
ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS
Hoje a mini-invasão usa fundamentalmente três estratégias para lidar com problemas cirúrgicos: a endoscopia flexível, a endoscopia rígida e os procedimentos percutâneos. São abordagens quase sempre realizadas através de imagens e não por observação direta dos órgãos ou estruturas. Desde logo isto constitui uma alteração de paradigma em relação à cirurgia convencional onde se valorizava a palpação e visão direta da doença.
Há um grande e emergente desenvolvimento tecnológico que permite toda esta revolução. Sistemas de imagem vídeo digital, nanotecnologia, robotização de procedimentos, estudos magneticos, ulrassónicos ou de rx de alta definição e tridimensional, etc, etc.
Conhecedor deste mundo, o cirurgião minimamente invasivo pondera a abordagem do caso clínico concreto de forma multidisciplinar, conjugando abordagens pouco agressivas e aumentando significativamente a probabilidade de sucesso e conforto para o doente.
PRÁTICA DE MINI-INVASÃO NA EQUIPA VILAÇA
A prática do dr Jaime Vilaça na mini-invasão faz com que seja hoje uma referência nacional nesta área. Tem tido todo um percurso de desenvolvimento de técnicas, muitas delas pioneiras no nosso meio e de estímulo à democratização dos procedimentos de cirurgia minimamente invasiva através de encontros e congressos, cursos, trabalhos e sociedades científicas.
Há dois focos na mini-invasão onde dedico todo o meu empenho:
1. No desenvolvimento técnico pessoal.
2. Na constituição de equipas para integrar o melhor de cada disciplina ao tratamento do doente.
Endoscopia rígida
Laparoscopia:
HepatoBilioPancreática:
Colecistectomia – Cirurgia de remoção da vesícula. Experiência em técnicas com menos cicatriz como minilaparoscopia e porta única.
- Exploração da Via Biliar Principal – Cirurgia de limpeza da árvore biliar durante a colecistectomia (incluindo coledocoscopia flexível e técnicas radiológicas).
- Anastomose biliodigestiva laparoscópica – Cirurgia de bypass entre a via biliar e o tubo digestivo.
- Pancreatectomia distal radical com esplenectomia – Cirurgia de remoção distal do pâncreas alargada ao baço para tratamento de tumores.
- Pancreatectomia distal com preservação de baço – Cirurgia de remoção distal do pâncreas para tratamento de lesões benignas com potencial degenerativo.
- Enucleação de lesões pancreáticas – Ressecção de pequenos nódulos benignos.
- Necrosectomia pancreática por laparoscopia – Abordagem laparoscópica da necrose do pâncreas na pancreatite grave e
- complicada.
- Cisto-enterostomias laparoscópicas – Tratamento laparoscópico do pseudocisto pancreático (complicação da pancreatite aguda).
- Tratamento da hidatidose hepática – pericistectomia parcial laparoscópica (incluindo ecografia intra-operatória).
- Resseção hepática por tumor – Cirurgia minor e major de resseção do fígado por tumores primários ou secundários deste órgão (incluindo ecografia intra-operatória).
- Esplenectomia – Cirurgia de remoção do baço por tumor ou doença hematológica
Tubo digestivo:
Cirurgia da hérnia do hiato e Refluxo gastroesofágico – Operação de Nissen.
- Cirurgia da acalásia – Operação de Heller.
- Gastrectomia – Cirurgia de ressecção parcial do estômago por lesões benignas ou malignas.
- Enterectomia – Cirurgia do intestino delgado por tumores, divertículo de Meckel ou oclusão.
- Apendicectomia – Cirurgia por apendicite aguda.
- Colectomia – Cirurgia do intestino grosso por tumor, diverticulite ou perfuração.
- Resseção de reto – Cirurgia por tumor do reto.
Parede abdominal:
Hérnia inguinal ou crural por via transperitoneal – Plastia inguinal com prótese para hérnias uni ou bilaterais.
- Plastia de eventração.
- Fasciotomia descompressiva no síndrome de compartimento abdominal
Retroperitoneu por via transperitoneal:
Ressecção de sarcoma
- Linfadenectomia latero-aórtica – para diagnóstico de doença linfoproliferativa
- Suprarrenalectomia – por tumor ou síndrome endocrinológico
Peritoneoscopia:
Para diagnóstico
- Para estadiamento de tumores abdominais
Toracoscopia:
Esófago:
- Enucleação de tumor esofágico
Cavidade pleural:
- Evacuação de derrame complicado
Retroperitoneoscopia:
Pâncreas:
- Necrosectomia – tratamento da pancreatite grave e complicada
Cirurgia endoscópica cervical transaxilar:
Tiroide:
- Tiroidectomia subtotal e total – para tratamento de tumores benignos e malignos
Endoscopia flexível
Coledocoscopia:
Vias Biliares
• Litotomia – remoção de cálculos
• Remoção de prótese biliar
• Biópsia biliar
Procedimentos guiados por imagem
Ecografia:
Abdominal transparietal:
• Drenagem de coleção abcedada abdominal
• Drenagem de abcesso hepático
Abdominal laparoscópica intra-operatória:
• Punção de coleção hepática
• Radiofrequência de tumor hepático
• Punção de coleção pancreática
Cervical transaxilar:
• Punção de cisto tiroideu
O projeto da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Minimamente Invasiva é a expressão do que entendo ser a cirurgia moderna:
multidisciplinar, tecnológica e com o menor dano possível, sempre!
Foi co-fundador e é atualmente o seu Presidente.
A SPCMIN angaria mais de 400 sócios e 8 especialidades diferentes com foco nas diversas formas de
praticar estas técnicas. Tem como lema a IDEIA – Inovação, Desenvolvimento, Ensino, Investigação e
Auditoria.
A SPCMIN já formou mais de 1000 profissionais em Portugal e tem um Congresso anual que muda
de cidade anfitriã todos os anos, levando a mensagem a todo o país.
Saiba mais em www.spcmin.pt